[Indonésia] Igreja é atacada e pastor ameaçado de morte
- 2 comentários
- Notícias • Missões • Igreja Perseguida
“A polícia somente assistia a tudo, sem nada fazer, enquanto a multidão atacava a Igreja Protestante Batak Filadélfia, em Bekasi, próximo a Jacarta, na província de Java Ocidental, na quinta-feira, 17 de maio”, disse Saor Siagian, advogado da igreja, ao Compass.
Segundo Siagian, uma multidão, em que estava presente o presidente do grupo extremista islâmico Frente dos Defensores Islâmicos (FPI), reuniu-se em frente ao local onde aconteceria o culto para jogar urina, água suja, ovos podres, pedras e dejetos em todos os cristãos no momento em que o pastor Palti Panjaitan começou a falar para a congregação. O pastor Panjaitan disse à imprensa local que havia recebido uma ameaça de morte e registrou queixa na polícia.
O advogado disse que autoridades pediram aos fiéis que se reunissem em outro local, cerca de seis quilômetros de onde a igreja está localizada atualmente. Há cinco anos, a igreja solicitou uma autorização, conforme estipulado pela lei, para construir o local de culto. O governo local negou o pedido em dezembro de 2009, mas o Supremo Tribunal anulou a decisão do governo em julho de 2011, alegando que a igreja merecia receber a autorização. Porém, devido à pressão de grupos islamicos, as reuniões deveriam acontecer em outro lugar.
Assim como a Igreja Protestante Batak, a Igreja Indonésia Gereja Kristen (GKI- Igreja Yasmin) também teve a permissão para realizar cultos na própria propriedade negada, apesar de uma decisão favorável da Suprema Corte. A Igreja Protestante da União Europeia (conhecida localmente como IGP) tem pressionado o governo para que medidas legais sejam tomadas.
“O problema é que a polícia e o governo não são rigorosos”, disse Sumampow Jeirry, da IGP, ao jornal The Jakarta Globe. “Nós não temos certeza de nada agora. Nós não sabemos quem irá nos apoiar”.
A organização muçulmana mais influente da Indonésia, Muhammadiyah, também criticou o governo. “Por lei, o governo tem o dever de oferecer segurança e proteção a qualquer cidadão, independentemente da religião, que se sinta privado de suas práticas religiosas ou se sinta ameaçado de exercê-las, e isso inclui a construção de lugares de culto”, disse Abdul Mufti, secretário do grupo.
Nusron Wahid, presidente da GP Ansor, ala jovem da maior organização muçulmana do país, ofereceu-se para negociar entre a igreja e seus opositores. Neneng Hasanah Yasin, o novo chefe do distrito de Bekasi, no entanto, parece seguir a política do ex-chefe, de proibir a igreja de construir um local de culto. A Comissão Asiática de Direitos Humanos exortou o novo chefe, que assumiu o cargo em 14 de maio, para que “tome medidas que estejam de acordo com a lei e com os princípios dos direitos humanos”.
De acordo com a Operação Mundo, a Indonésia tem cerca de 186,7 milhões de pessoas, das quais 80,3% são muçulmanas. É considerado o maior país muçulmano do mundo, de maioria sunita. No país, existem cerca de 36 milhões de cristãos, que compõem cerca de 15,9% da população.
Em 2011, o IGP registrou 54 atos de violência e outras violações contra os cristãos. Outras minorias religiosas também são perseguidas.
_____
_____
Fonte: Compass Direct
Tradução: Marcelo Peixoto
Extraído de: Portas Abertas
Adaptação: Redação REDE SUPER